Ainda em 10/05/2010...
Viña Del Mar
- cidade chilena litorânea, muito freqüentada por turistas no verão; no outono/inverno, só por mim, pelo Marcel e mais meia dúzia de loucos; - conhecida como La Ciudad Jardín;
- possui, no total, cerca de 300 mil habitantes;
- perto da cidade há muitas plantações de vinho, o que explica a origem do nome, Viña del Mar.
- por possuir construções mais modernas do que Valparaíso, Viña foi menos afetada pelo terrível terremoto (8,8 graus) que arrasou parte do Chile em 27 de fevereiro desse ano.
Chegamos a Viña Del Mar quase ao anoitecer (nesse mesmo dia, pela manhã, soubemos depois, houve um tremorzinho de terra suave que foi sentido em Viña e Valpa, de 4 graus na escala Richter; Deus me livre). O tempo estava frio, nublado, feio, mas a cidade nos pareceu bem bonita e alegre. As ruas e avenidas estavam abarrotadas de veículos. Os motoristas, muito loucos, buzinavam por qualquer motivo. Cadê os chilenos super civilizados???
O GPS não tinha o mapa do Chile, então, tivemos que ir “na raça”, perguntando o caminho. O hostel em que iríamos posar, o Che Lagarto, ficava na calle Diego Portales, não sei que número... Pedimos informação pra uma chilena nórdica (assim a classificaria o Marcel), uma loira descomunal que dirigia um carro mais descomunal ainda. Fiquei até com vergonha de falar com ela, mas falei, e até que ela explicou tudo direitinho.
Fomos andando pro rumo indicado e acabamos encontrando outra pousada no caminho, o HOSTAL (com A mesmo) CRISTINA. Logo de primeira vimos que não tinha estacionamento pro carro, mas como ficava em uma rua estreita e pouco movimentada, imaginamos que não teria problema largar a pick-up ali mesmo. Desci pra perguntar como funcionava o “esquema”. Um sujeito simples e simpático, chamado Luis (que apelidamos de Luisão) explicou que a maioria dos hóspedes ali era estudante, mas que poderíamos ficar uns dias. Quem cuidava da pensão eram os donos mesmo, um casal de meia idade, e o Luis era, acho, o único funcionário fixo.
Foi muito difícil entender as palavras daqueles chilenos. Eles falam rápido demais. Mas pelo menos entendi que o preço era bom, vi que o lugar era razoável, bem localizado e aceitava cartão de crédito internacional. Como eu tinha trazido poucos pesos chilenos, o fato de aceitarem la tarjeta foi bem interessante. Decidimos ficar por ali. E nos sentimos muito em casa durante toda nossa estada.
Depois do maior trampo pra tirar as malas do carro e ajeitar no quarto, que ficava no andar de cima, tomamos um banho, navegamos um pouco na internet (o hostel tinha dois computadores disponíveis) e saímos pra conhecer a cidade, começando por uma das ruas principais que abriga grande parte do comércio de Viña, a Avenida Valparaíso. Andamos bastante pelo centro e depois fomos até a beira do mar ver pela primeira vez as águas do oceano Pacífico. Conversamos com dois caras que logo adivinharam que éramos brasileiros (como?), tiramos algumas fotos e passamos pelo Cassino Viña Del Mar, onde Marcel prometeu voltar numa das próximas noites pra tentar a sorte na jogatina.
Escolhemos um Tenedor Libre (self service) para jantar, pois a fome era grande. Aparentemente o lugar parecia “ajeitado”. Comemos bastante, tomamos vinho. Pra mim, tava tudo beleza, mas vi que havia algo errado com Marcel, ele tava com “cara de quem comeu e não gostou”. Voltamos pro hostel pra descansar um pouco e terminar de ver nossos e-mails. Orkut, Facebook e MSN, nessa época, eram coisa do brother. Eu relutava em me abrir ao mundo digital, permanecendo semi-analfabeto nesse quesito. Um pouco por falta de tempo, interesse e dinheiro sobrando pra me dedicar à banda larga; outro pouco por revolta sem causa... Coisa de (pseudo) cientista social mal resolvido e/ou frustrado. O importante é assumir os defeitos, e tentar mudar. Hoje tamo aí até “pagando” de blogueiro.
Cansados e um pouco desanimados, fomos pra noite, “na raça”, a pé mesmo. Entramos num Pub muito louco, muito underground, o Balmaceda Bar, que fica no comecinho da Avenida Valparaíso.
Esse lugar escuro, porém, alegre, possui dois ambiente, um embaixo outro em cima, que só funciona em alguns dias da semana. Nessa segunda-feira somente o primeiro ambiente estava aberto. Havia muita gente ali e logo quando entramos vimos algumas meninas dançando reggaeton sobre as mesas. Quase um show de strip tease. Sentamos num canto, pedimos uma cerveja Cristal (a chilena) e ficamos só fitando. No Chile as garrafas são de um litro e a tampa é de plástico, tipo tampinha de garrafa pet.
A baladinha estava mesmo muito louca e nós dois parecíamos peixes fora d’água. A galera dançava o reggaeton de modo muito sensual, dois homens com uma mulher, duas mulheres com um homem, tipo sanduíche. Um sujeito, que, entre nós, apelidamos de Valdívia, el mago (em referência e devido às semelhanças físicas que encontramos entre ele e jogador chileno que joga no Palmeiras), nos chamou a atenção, especialmente. Ele usava um chapéu grande, tipo chapéu de mágico mesmo (era isso, Marcel?) e dançava que nem louco com todas as meninas, mas na hora H outro cara da turma vinha e ficava com a garota e ele saía cabisbaixo. Acho que de tão frustrado nosso mago acabou indo embora antes que todo mundo.
Nós também não demoramos muito a sair dali. A tosse comprida e insistente do Marcel, que o acompanharia por vários dias, estava começando. Pois é, o city tour sem agasalho em Córdoba, a travessia das cordilheiras de camisa de manga curta e o jantar no Tenedor Libre Chileno começavam a fazer efeito. A gripe equestre vinha aí!
Então saímos rumo ao hostel, mas um sujeito na rua nos entregou um cartãozinho com o endereço de uma dessas casas de mulheres, sabem? Eu estava meio bêbado, confesso, e insisti pro brother que fazia parte do nosso roteiro turístico conhecer um lugar assim no estrangeiro. E fomos. Acabei dando mais trabalho que meu amigo dessa vez. Mas, óbvio, vou ocultar os detalhes. Se quiser comentar, fique a vontis, Marcel, mas lembre-se que posso publicar ou não a mensagem, dependendo do teor da mesma.
O Hostal Cristina.
Rua sem saída. Que ladeira!
11/05/2010
Valparaíso
- cidade chilena litorânea, conurbada com Viña del Mar;
- Viña é mais moderna, Valparaíso mais histórica, mais tradicional;
- chamada de Valpa; conhecida como la joya del Pacífico (a jóia do Pacífico);
Nossa ideia era ficar dois dias em Viña/Valpa e dois dias em Santiago. Mas desanimávamos só de pensar em carregar todas aquelas malas no carro e descarregar de novo. Então decidimos dormir todos os dias no Hostal Cristina e fazer um bate-volta pra Valpa e outro pra Santiago.
Na terça-feira cedinho acordamos e partimos de metrô pra Valparaíso. Tivemos que comprar o cartão de passagem que não custava muito barato, pois eles não vendem bilhetes avulsos. Você tem que comprar o cartão e depois colocar a quantidade de créditos que quiser.
Em pouco tempo chegamos à estação central. Nos meus bons tempos daria pra ir a pé em menos de uma hora. Andamos sem rumo pela histórica cidade, cheia de morros com casas coloridas. Tiramos algumas fotografias e depois fomos até o mercado (tipo mercadão central). Nunca vi tantas barracas com tamanha variedade de frutas. Compramos alguns tipos de uvas, bananas, queijo. Nunca vi também tantos gatos concentrados num só lugar. Tava olhando pros produtos... De repente via um gato ali parado me mirando en los ojos. Que coisa sinistra.
Tentamos fazer um circuito cultural/religioso por igrejas e museus, mas praticamente todos estavam interditados devido aos abalos sofridos pelo terremoto. Como eu disse, Valpa ficou bem mais estragada do que Viña com o tremor de fevereiro. Entramos em um galpão onde havia várias bancas de artesanato. Comprei algumas lembranças, cartões postais, etc. Marcel comprou uma bufanda (cachecol) daUniversidad Católica do Chile (Los Cruzados), clube com o qual o São Paulo Futebol Clube disputou uma das três Libertadores que conquistou. Fizemos amizade com a vendedora Cláudia, torcedora da Católica, que nos contou o perrengue que passou no dia do terremoto, quando aquele prédio em que estávamos quase veio abaixo.
Passei a admirar mais o povo do Chile depois de conversar com aquela mulher. O chileno está (tem que estar) sempre pronto pra recomeçar. Sempre com a expressão séria, mas com um sorriso inconfundível, num misto de alegria, fé e resignação. Povo patriota, raçudo! Dale Chile!! Fuerza Chile!
Valparaíso: casas sobre o morro (cerro); monumento da colônia britânica em homenagem à Valpa; gato do mercado central; troleibus.
Pouco depois das 13h00 voltamos pra Viña, novamente de Metrô. Marcel passou no McDonald’s pra comer algo, eu passei batido, sem almoço (regimão). Deixamos as compras (frutas, pães, queijos) no hostel e fomos tentar molhar os pés no gelado oceano Pacífico e esperar o sol se por no mar, já que no nosso Brasil só dá pra ver o sol nascer “das águas”.
Pois bem, depois de muito ensaiar entrei no mar (só os pés). Marcel tentou molhar só as mãos (a gripe equestre tava apertando), mas uma onda lavou seus sapatos e parte de sua calça com a água salgada.
Depois ficamos sentados nas pedras, à beira-mar. O tempo estava bem nublado e quase não se via o sol. Fomos abordados por algumas ciganas que queriam tirar dinheiro da gente de qualquer jeito. Quando conseguimos nos livrar delas, duas garotas que estavam sentadas ali perto fizeram sinal pra gente, comentando algo sobre a insistência das ciganas. Fomos até as chileninhas e travamos boa amizade. Garotas simples, um pouco tímidas, ficaram impressionadas com nossa viagem. Disseram que gostariam de conhecer o Brasil. Estávamos no maior papo com elas quando um cara do meio da calçada grita pro Marcel: “Ei brother, você é brasileiro, é são-paulino?”. Marcel estava com a jaqueta da Torcida Independente do São Paulo e chamou a atenção do sujeito. Enquanto os dois trocavam abraços e lembranças das glórias tricolores aproveitei pra gastar meu espanhol com as garotas. Eu estava ficando mais confiante. Yes!
Não conseguimos boas fotos do pôr do sol devido ao céu encoberto pelas nuvens, mas voltamos pro hostel mais felizes do que quando saímos. Tomamos aquele banho e saímos de novo, rumo ao Balmaceda Bar, claro, certos de que faríamos novas amizades. E não é que no caminho da Pub um sujeito, ao nos ouvir falando em português, disse: “Que que cêis tão perdidos por aqui?” Putz, simpatizamos com o figura na hora. Grande Diegão. Nascido no Brasil, filho de mãe chilena e pai brasileiro (ou o contrário? Me ajuda aí Marcel). Estava mudando pra uma casa ali perto do hostel. Ajudamo-lo a levar a tralha de roupas pra dentro da casa e a montar uma cama, único móvel que possuía.
Falamos que estávamos a caminho do Balmaceda e ele fechou conosco. O movimento do bar estava menor que no dia anterior. A galera estava menos ouriçada também, nada de danças sobre as mesas ou “sanduíches”. Diegão deu umas dicas de como chegar nas chiquias(uma variação chilena do termo chicas – meninas) e falou um pouco sobre sua vida no Chile. Trabalhava em um restaurante chique, chefe de cozinha. Ensinou também uns passos de reggaeton. Acabou surtindo efeito, conseguimos nos aproximar melhor das meninas e como estávamos alegres e confiantes, deu rock na certa, aliás, reggaeton na certa!
Marcel estava com a bufanda dos Cruzados e atraiu a atenção de um fanático torcedor da Universidad Católica, o Rodrigo (ou Rodriguito, apelido que lhe demos), de quem ficamos amigos também. Ele falou que odiava os argentinos e gostava dos brazucas. Fiz umabroma com ele, falando que meus pais eram argentinos, ele ficou muito sem graça, mas logo desmenti. Noite agradabilíssima passamos ali com nossos novos amigos.
Marcel e Rodriguito em frente ao Balmaceda Bar no dia 11/05/2010; Marcel, Diegão e eu, dentro do Balmaceda, na despedida, dia 13.
12/05/2010
Destaque:
Libertadores da América
(Jogos de ida, Quartas-de-Final)
Flamengo 2 X 3 Universidad de Chile (La U) - 19h30
Cruzeiro 0 X 2 São Paulo - 21h50
A gripe equestre se consolida
Depois da balada forte da noite anterior, foi difícil acordar cedo na quarta-feira. Mas eu tinha decidido tirar aquele dia pra rasgar a cidade caminhando e, num esforço de ex-futuro-maratonista, às nove horas da manhã eu estava acordado, lavado e trocado, em pé, pronto pra sair.
Convidei o Marcel, que estava semi-acordado, pra ir junto, mas ele não tinha condições, estava com muito sono e muito mal de saúde, com febre, meio delirando, suando pra caramba (e olha que a temperatura devia estar na casa duns 15 graus).
Ele disse ter passado muito mal durante a noite, tossindo seco, sonhando acordado, imaginando coisas estranhas. Eu falei: “velho, isso é efeito dos abusos que estamos cometendo, o city tour em Córdoba sem agasalho, as baladas constantes regadas à cerveja gelada, a travessia das cordilheiras que o senhor fez de manga curta...” O brother pensou, pensou, pensou mais um pouco e, meio que num delírio, disse: “lembra daquela carne estranha que comemos no tenedor libre aqui em Viña, logo na segunda-feira em que chegamos? Pois então, acho que sonhei essa noite que aquela carne era de cavalo, aliás, daquele cavalo morto que vimos na travessia das cordilheiras * e tenho certeza que só posso estar passando mal assim por conta disso”.
Eu parei e pensei um pouco naquilo tudo que ele tinha dito, nas péssimas condições em que demonstrava estar e, meio que num delírio também, tive certeza de que ele tinha razão. Aquela gripe, com aqueles sintomas estranhos, não podia ser fruto apenas dos nossos abusos e do frio. Havia algo além...
Pudemos confirmar posteriormente que realmente tínhamos inaugurado uma nova gripe. O Marcel acabou passando-a pra mim e depois nós dois a transmitimos a algumas pessoas com quem tivemos contato ao longo da viagem e depois dela também. Temos certeza disso, pois essas pessoas apresentaram sintomas parecidos com os que nós tivemos. É fato: depois da gripe suína e da gripe do frango, vinha aí a gripe equestre, diretamente da carne de cavalo comida pelo Marcel num dos Tenedores Libres (restaurante self service) da Avenida Valparaíso, em Viña del Mar!!
OS SINTOMAS:
- Sintomas gerais: parecidos com o da gripe comum, porém, mais acentuados.
- Sintomas específicos (que predominam, sobretudo, das 22h00 as 10h00): sudorese aguda; febre com picos de 40,5 graus; tosse longa, a princípio seca; delírios e sonhos com animais, principalmente com cavalos.
O COMBATE
- Além de tomar os tradicionais remédios que combatem os sintomas, é importante a força psicológica, a certeza de que a melhora virá e a resignação perante os fatos, já que a doença é incurável, vai e volta, mas aparentemente não mata. E o mais importante (conosco deu certo) não desistir das noitadas e baladas, jamais!
Mesmo vendo meu amigo naquela situação, desnaturado que sou (ou era, pois evoluí um pouco de maio pra cá) saí pela cidade e o deixei ali agonizando. Passeei pelas ruas, pelas praças, por uma galeria de artesãos, por vendedores ambulantes de quem comprei uns pares de cuecas, por igrejas (algumas interditadas). Mas o que mais me impressionou foi o Parque Quinta Vergara. Há ali um anfiteatro gigantesco, à prova de terremotos, que no verão recebe grandes nomes (Shakira, por exemplo) e grandes eventos. Tem museu, coreto, monumentos em homenagem a artistas como Pablo Neruda e muitas áreas verde.
No meio da tarde, após comer um completo (hot dog gigante) numa lanchonete tipo chinesa, voltei pro hostel. Marcel estava um pouco melhor, mais disposto, mas ainda capengava. Ele quis sair um pouco pra espairecer e eu o acompanhei. Passamos por uma farmácia e depois fomos até os ambulantes onde eu havia comprado as cuecas, pois ele também estava precisando. Foi a pior compra da viagem. Por parecerem muito pequenas compramos tamanho GG, mas, quando fomos experimentar, mesmo as maiores ficaram apertadas, tipo cuecalcinha, diria o brother.
Marcel queria ir até o cassino, eu não estava muito afim. Mas como ele estava mal, esse podia ser o último pedido de um moribundo, então resolvi ir junto. E não é que o filho da mãe ganhou um troco bom, recuperando o que tinha perdido no cassino de Puerto Iguazu, e prometeu pagar a noitada, caso continuasse vivo após o cair do sol.
Depois de descansarmos um bocado na pousada e do Brother reagir um pouquinho à gripe, fomos à luta novamente. A Universidad de Chile (não confunda com Universidad Católica do Chile, são dois clubes rivais) havia acabado de derrotar o Flamengo em pleno Maracanã pelas Quartas-de-final da Libertadores. Ainda teria o jogo de volta na semana seguinte em Santiago, mas os torcedores não se contiveram e saíram pelas ruas a comemorar o maracanazo. Eu entrei no embalo dos caras, porque não havia engolido a eliminação que os rubro-negros haviam imposto ao meu Coringão.
Depois de ver e participar da festa dos chilenos, fomos pra “festa do Marcel”. O São Paulo ganhou do Cruzeiro por 2 a 0 em pleno Mineirão, também pelas Quartas-de-Final da Liberta. Assistimos ao primeiro tempo num restaurante e ao segundo num bar, tudo pago pelo empolgado são-paulino que me acompanhava na viagem.
A saideira foi no Balmaceda Bar, claro. Estava lotado, mas tinha muito mais homens que mulheres. Entre esses homens um torcedor do Colo-Colo (time de futebol mais popular do Chile) que assistia solitariamente à partida de seu clube numa pequena televisão que ficava dentro do bar. O Colo-Colo perdia por três a zero, mas ele insistia em cantar as musicas da torcida organizada deles, a Garra Blanca, da qual tinha inclusive uma tatuagem no braço. O cara encanou com a gente, vinha falar de futebol no nosso ouvido, gritava, maior fita. Mas também sobraram umas chiquias pra treinarmos o reggaeton.
Entrada do Parque Quinta Vergara: homenagem a Neruda.
Reloj de Flores, um dos cartões postais da cidade.
*Cavalo morto na travessia dos Andes – esqueci de mencionar no post devido, mas quando fizemos a travessia das cordilheiras, ainda do lado argentino, vimos um cavalo morto na beira da estrada, já em início de decomposição.
13/05/2010
Santiago
Destaques Futebolísticos:
Os três maiores clubes de futebol do Chile, cujos símbolos seguem abaixo, são o COLO-COLO, a UNIVERSIDAD DE CHILE (conhecida como La U) e a UNIVERSIDAD CATÓLICA (conhecida como Los Cruzados).
Antes das 9h00 estávamos na estrada, rumo a Santiago. Sabíamos que havia um sistema de pedágio interno dentro da capital chilena, controlando os carros pelas placas, por radar, e poderíamos ter algum problema. Por isso nossa intenção era deixar o carro fora do perímetro de cobrança da taxa e rodar de ônibus, de metrô e a pé pela cidade.
A estrada que liga Viña/ Valpa a Santiago é muito boa, toda duplicada. A paisagem da beira da pista é muito bonita, com trechos levemente montanhosos. A região é muito urbanizada, com muitas áreas conurbadas.
Paramos o carro num supermercado que fica logo na entrada oeste, salvo engano, de Santiago, antes da área de cobrança do pedágio. Compramos algumas coisas pra justificar o estacionamento, pedimos informação e partimos de ônibus rumo ao centro. O sistema de pagamento de passagem era igual ao do Metrô de Viña Del Mar, ou seja, havia necessidade de ter um cartão e colocar a quantidade de créditos desejada. Como não possuíamos o cartão, o motorista deu um sinal para passarmos sem pagar.
Estava frio quando saímos de Viña e por isso eu usava uma toca do Corinthians. Tirei a toca e a deixei sobre um banco quando fui pedir algumas informações pra um rapaz de terno que estava sentado num dos bancos do meio. Ele disse que ia descer bem no centro, que poderíamos acompanhá-lo. Descemos com ele, mas esqueci minha toquinha no ônibus . O cara foi muito bacana, nos deu algumas dicas e disse pra tomarmos cuidado com os assaltos. Se ele conhecesse o Brasil...
Caminhamos bastante antes de escolhermos um lugar pra almoçar. Chamou-me a atenção uma exposição que retratava a geografia do Chile e alertava sobre a necessidade da preservação ambiental. Almoçamos num restaurante simples. Vimos várias as pessoas que trabalhavam na região central entrando ali e imaginamos que seria bom. Fomos atendidos por um sujeito excêntrico, algo parecido com o corcunda de Notre-Dame. Ele tinha algum tipo de deficiência, mas foi muito eficiente no atendimento.
Tiramos algumas fotos em frente ao Congresso Nacional, em frente à Praça das Armas, entramos no Centro Cultural Palácio de La Moneda, onde haviam várias salas com exposições, mas a mais interessante foi a da China Antiga, que contava com algumas peças do Exército de Terracota*. Em termos culturais, a andança por Santiago foi a melhor parte da viagem. A arquitetura, o clima nublado, os museus...
Visitamos ainda a catedral de Santiago. No caminho o corpo de bombeiros fazia uma apresentação, divulgando a valentia dos homens que abraçam essa difícil profissão num país em que os terremotos e outras tragédias naturais são tão comuns. Pensamos em um city tour, mas o preço era absurdo, então resolvemos encerrar nossa passagem por Santiago visitando um dos estádios de futebol da cidade. Como o Estádio Nacional estava interditado, decidimos ir até o campo do Colo-Colo.
Fomos de metrô, lotado, principalmente na volta. Marcel é paulistano e disse que nem em São Paulo havia visto tamanha lotação. O passeio pelo Colo-Colo foi bem legal. Fica num bairro afastado e dá pra ver as cordilheiras dos Andes ao fundo do estádio.
Antes de voltar pra Viña, comemos uns pasteis em frente ao mercado onde havíamos deixado o carro. A noite nos encontramos com o Diegão para fazermos a triste e embriagada despedida. Esquentamos os tambores num bar próximo e terminamos a noite no Balmaceda Bar, óbvio!
Abertura da exposição "La antigua China"
Exército de Terracota* - Descoberto em 1974. Fazia parte do mausoléu do Imperador Quin Shi Huang. Os chineses acreditavam na vida além túmulo e criaram esse exército de mais de 7.000 estátuas de guerreiros, carruagens e cavalos, todos de tamanho natural, feitos de terra e argila. Foram posicionados estrategicamente no mausoléu do Imperador Quin, para defendê-lo após a morte.