14 – Do outro lado das cordilheiras, CHILE!

10/05/2010


Havia dois caminhos possíveis de Mendoza ao Chile: pela ruta 07 ou pela ruta 52, o caminho de Villavicencio. Fomos desaconselhados de ir pelo segundo, embora o GPS o indicasse, pois segundo as informações, era mal pavimentado e tinha muitas curvas. Então, seguimos as placas e voltamos à ruta 07, rumo ao oeste novamente.
Dificilmente conseguiria descrever o cenário por que passamos. O lado argentino das cordilheiras é muito bonito, a estrada muito boa e como a subida não ocorre de uma vez, não dá pra perceber o quanto estamos indo para o alto. Pareceu-me mais tranquilo subir as cordilheiras (na parte argentina, a parte chilena foi trash) até a fronteira, por exemplo, do que subir ou descer a Serra de Taubaté, no caminho pra Ubatuba. A estrada estava deserta, quase nem sinal de caminhões. O céu de um azul e de uma claridade que chegava a doer os olhos. Conforme subíamos, o frio aumentava e logo começamos ver alguns flocos de neve pelo chão. O Marcel fez a travessia de camisa de manga curta (machãoMuito feliz )e pagou caro por isso depois.
A parte mais alta das cordilheiras por essa rota fica a quase 3.000 metros de altitude, justamente na divisa de Argentina e Chile. A aduana Argentina/Chile foi a mais rígida pela qual passamos, ficamos uns 30 ou 40 minutos ali. Primeiro passamos pela imigração argentina, depois pela chilena e aí revistaram o carro, inclusive com um cão farejador. Aconselharam-nos a declararmos num formulário próprio todos os bens eletrônicos que possuíamos, já que na volta, quando teríamos que passar pela revista dos guardas argentinos, eles poderiam encrencar conosco, pois, segundo os chilenos,  a guarda fronteiriça argentina adora complicar os viajantes. O engraçado é que os argentinos falam o mesmo dos chilenos  (a rivalidade Chile Argentina, creio, é bem pior que entre Brasil Argentina, pois envolve muitas rixas, inclusive antigas disputas territoriais).
Pois bem, passamos pro lado chileno e começamos a descida da montanha. A estrada do lado de lá era muito mais precária. Após uns poucos quilômetros rodados chegamos aos caracoles, uma descida bem íngreme em ziguezague, que lembra um caracol. Dizem que essa já foi a parte mais perigosa da América do Sul para se guiar. Jesus do céu, embora confiasse no meu parceiro de viagem, passei um medo desgraçado ali. Somente o Marcel podia dirigir no Chile, pois era necessário ter a carteira internacional e só ele a possuía. 
Do lado argentino a subida é lenta e gradual. Já pelo lado chileno a descida é abrupta, o que torna tudo mais perigoso. Depois de terminados os caracoles já estávamos praticamente em terreno plano, mas ainda bem acima do nível do mar. O clima logo mudou deixando a secura pré-cordilheiras lá atrás, para minha tristeza, já que devo ter sido um homem do deserto na encarnação passada (é impressionante, mas adoro o clima seco, com céu azul, e a cor amarela das regiões áridas) e para a felicidade do Marcel, amante dos climas litorâneos. A umidade que vem do Pacífico mantém parte do território chileno úmido, mas não consegue atravessar algumas partes das cordilheiras devido a altura dificultando as chuvas em certas regiões, como Mendoza, por exemplo.
Pelo caminho, muitas plantações de uva. Até a cidade de Los Andes, onde paramos num posto pra tomar uma água e fazer contato com o primeiro cachorro chileno da viagem, a estrada estava ruim. Dali pra frente, só pista dupla, excelentemente pavimentada e alguns pedágios, tipo as estradas paulistas. Aliás, em parte do Chile, é adotado um esquema de concessão de rodovias parecido com o que os tucanos (PSDBistas) implantaram no estado de São Paulo.
Abaixo, algumas fotos da travessia dos Andes. Acho que nesse caso as imagens valem mais que milhões de palavras.

Me sentindo o aventureiro de plantão Legal!



Túnel andino. Passagem pra outra dimensão!

Acho que acertei a mão nessa foto! Tudo bem que a paisagem ajudou...

Aí sim, ein brother! Até chora???

Túnel Cristo Redentor. Do lado de cá, Argentina, do lado de lá, Chile!

 Boas vindas!

Los caracoles. Ziguezague sem fim!


Que medo!



2 comentários:

  1. EU JA ESTIVE NO CHILE E MUITO LINDO SE ALGUM DIA EU PODER IR DE NOVO EU IREI. BEIJO CLAUDETE

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  2. O CHILE E UM PAIS MUITO BONITO AS CORDILHEIRAS DOS ANDES NEM SE FALA BEIJO.

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