Local: Apartamento do Marcel – Araraquara/SP
Data: 30 de abril de 2010
Bebida: Cerveja Antarctica Sub Zero
O restinho de um charuto Cohiba todo danado.
Na data de nossa partida, por incrível que pareça, eu estava triste, cabisbaixo, um pouco desanimado. Havia sido meu último dia de trabalho em Araraquara. Após voltar das férias teria que ir embora pra Ribeirão Preto, assumir nova função. Meus colegas de trabalho fizeram uma despedida e falaram algumas coisas que me emocionaram de verdade. Fiquei muito triste de ter que deixá-los. Segurei o choro e a emoção durante o dia todo, mas à noitinha, pouco antes de ir pro prédio do Marcel de onde partiríamos para a trip, desagüei um choro de libertação e escrevi o que segue abaixo como forma de desabafo e gratidão. Pessoal dos Correios, naquela época tive vergonha de enviar esse poema (de qualidade duvidosa, eu sei, porém, de coração) pra vocês, mas aqui no BLOG perco toda a timidez.
Despedida
Tive a voz embargada o dia todo
A segurar um choro triste
Mas à noite chorei
Tive três anos e pouco pra dizer
Mas não disse nada
Só mostrei
Tive tanta alegria por estar com vocês
Tive tanto medo e tanta culpa
Nem sei do quê
Tive tanto amor guardado
Sem saber doar
Tantos sonhos realizados
Sem saber compartilhar
Tenho ainda tudo isso
Y otras cositas más
O carinho, a amizade de vocês,
A camiseta, o chocolate que ganhei
E vou-me em paz
Mas como diria o Marcel, vamo que vamo que a trip tá só começando! A vida é mesmo feita de despedidas, quando nascemos em um lugar estamos morrendo em outro. Entonces, Vamo que vamo! Hay que ser fuerte!
A ideia inicial era dormirmos dia 30 de abril no apê do brother e sairmos dia 1º de maio cedinho, mas tomamos duas garrafas de cerveja, fumamos o restinho de um Cohiba, criamos coragem, esperamos passar o efeito do álcool (moços responsáveis ) e partimos de madrugada mesmo rumo à tríplice fronteira. Depois de enchermos a caçamba da pick up com nossas malas, pedi: “Marcel, me deixa começar essa viagem, você termina”. O brother me passou a chave do coche com os olhos faiscando e falou: “É nóis, brow. Irmandade BORN!!!”.
Passei os mapas pro parceiro, configurei o GPS, ajeitei o cinto de segurança vagarosamente, liguei a chave, rezei o Pai Nosso e a Oração ao Santo Anjo com uma fé e uma gratidão de criança e acelerei. A Trip Born To Be Wild estava começando!
Fotos do dia da partida. Os dois com a camisa do querido Che. Juro que não foi combinado! |
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