Itens obrigatórios:
Música: FITO PAEZ / SODA STEREO / NO TE VA GUSTAR / PIAZZOLLA /
Literatura: BESTIÁRIO - JÚLIO CORTAZAR / A BORRA DO CAFÉ - MARIO BENEDETTI /
Cinema: EL HIJO DE LA NOVIA / BUENOS AIRES 100KM / LA NUBE / EL NIDO VACIO / EL ABRAZO PARTIDO / EL SECRETO DE TUS OJOS
Futebol: RACING CLUB DE AVELLANEDA
Marcel, amante inveterado (e conhecedor como poucos) do rock in roll, não precisou de muita inspiração pra definir o nome da viagem: “Trip – Born To Be Wild”. Em português, algo como, “Nascido pra ser selvagem”. Por um lado esse título tinha mesmo a ver com a aventura que faríamos, mas por outro nosso brother queria homenagear a música da banda Steppenwolf cujo verso “...Heavy Metal Thunder..." ajudou a batizar o estilo que viria a ser chamado de Heavy Metal posteriormente. Parte da trilha sonora e do ambiente psicológico da viagem com certeza veio daí.
Mas algumas coisas que passei a ouvir, ler e assistir antes da viagem (e continuei a fazê-lo depois) e algumas curiosidades que passei a ter por conta disso, também fizeram parte desse ambiente, dessa trilha sonora e especialmente do meu ambiente, da minha trilha sonora, do meu universo, não só durante a viagem, mas creio que pra toda a vida.
Ter oportunidade de ouvir e entender a genialidade de um Fito Paez, curtir um Soda Stereo, um Piazzolla, reler Mario Benedetti e Julio Cortázar, assistir ao riquíssimo cinema argentino e ver um Ricardo Darín interpretando como interpreta... Tudo isso foi e é muito bom. Eu não teria vivido e tido contato com essas preciosidades se não fizesse essa viagem. Como foi bom ter mergulhado nessa parte da cultura sul-americana, como é bom ir além do preconceito e se apropriar livremente do que é de fora.
Paradoxalmente passei a admirar mais esse Brasil também. Esse Brasil, maior, Brasil latino, mas que vai bem além da latinidade e por isso é tão complexo. Pude conceber que rivalidade é amor do avesso, mas não é ódio... O que seria do futebol se não houvesse o clássico Brasil e Argentina. O que seria do futebol se o Uruguay não tivesse ganho a Copa de 1950, aqui no Brasil? Não teria a graça que teve e que tem. Foi só uma copa do mundo, ainda bem. Aqui se “guerreia” por futebol. A América do Sul põe o resto do mundo no bolso nesse aspecto e em muitos outros. Dale Che! Dale latinoamérica. Aqui é o coração do mundo cumpadi, não tem pra ninguém.
Voltando ao assunto do título da viagem, desde o começo eu achava que uma aventura tão sonhada como essa não poderia ter um nome só. Eu queria dar um nombre em espanhol pra ese viaje, mas diferentemente do que ocorreu com meu amigo, me faltava inspiração. Na verdade só depois de ter voltado ao Brasil é que encontrei uma solução que me pareceu adequada. Eu queria usar uma expressão típica dos argentinos e inspirado na maravilhosa canção “Dos días en la vida”, de Fito Paez, na qual ele utiliza a expressão nunca vienen nada mal no verso “...dos días en la vida nunca vienen nada mal...” acabei resolvendo isso. No contexto da música esse verso significa algo como: sair sem rumo por dois dias pra aproveitar a vida não é nada mal. O mote estava dado: “Veintinueve días en un coche nunca vienen nada mal”. No bom e velho português: vinte e nove dias (viajando) em um carro não é nada mal!
sabe o que mais tenho gostado, além do principal, que é o relato da viagem? ver que você é um ótimo 'escritor'. digo isso porque qualquer um poderia contar/compartilhar essa experiência, mas são poucos os que conseguem prender a atenção de quem lê, como você tem conseguido. bjo
ResponderExcluirveridiana | veridianasferrari@gmail.com | 12/10/2010 18:03