9 – Tríplice Fronteira

Locais: Londrina (paradinha rápida), Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu (ARG) e Ciudad Del Este (PAR) 
Data: 01 a 04 de maio
Bebida: Cervejas Quilmes, Brahma e Bavária
Fumamos muito cigarro de tabela, que horror.


01/05/2010

A viagem de madrugada foi tranquila, estrada quase vazia, adrenalina a mil. O vento estava gelado, mas mesmo assim seguíamos com as janelas abertas, curtindo a ventarola no rosto. Isso faz um mal danado...
Fizemos uma paradinha rápida em Londrina pra tomar nosso café da manhã. A padaria ficava perto de um calçadão, lugarzinho bem bacana. Matamos a fome depressa e seguimos viagem, revezando ao volante. Chegamos em Foz do Iguaçu perto das três horas da tarde. O hostel em que decidimos nos hospedar se chama Paudimar Campestre e fica um pouco afastado do centro, no caminho que leva às cataratas. É bem bonito, tem muita área verde, piscinas, pomar. Parece uma chácara.
Mal ajeitamos as coisas no quarto e o Marcel já partiu pra piscina e pra cerveja. Eu dei uma descansadinha de uma hora e logo fui acompanhá-lo, mas somente na cerveja Bavária, na piscina não. Tinha um monte de estrangeiros no hostel: alguns franceses, dois ou três ingleses muito loucos, um suíço, alguns sul americanos, uma alemã e outros de nacionalidades não reveladas ou não percebidas por nós.
Só consegui manter contato com o suíço, que falava vários idiomas (e inclusive entendia meu portuñol), com um argentino que morava na Bélgica (acho) desde pequenino e com uma alemã, que fazia um trabalho beneficente em alguma cidade paranaense há alguns meses e já arranhava o português. Amizade mesmo só fizemos com o Diegão, sócio do hostel. Gente boníssima! Nos deu algumas dicas pra viagem mas se recusou a fazer um desconto no preço da hospedagem pro novos amigos Olho no dinheiro.   
Na noite desse primeiro dia já fomos pra Puerto Iguazu, na Argentina. Jantamos num restaurante que, conforme percebemos depois, cobrava um preço dos brazucas e outro dos nativos. A comida também não era lá essas coisas, mas não tem problema, assim mesmo a primeira experiência no estrangeiro valeu a pena. Conversamos com os garçons, tiramos foto com o churrasqueiro, paqueramos a bela mocinha do caixa e ainda ouvimos algo que seria equivalente à nossa música caipira, uma música meio folclórica, estilo Leon Gieco (vale a pena conhecer o som desse cara, o Renato Teixeira dos hermanos).
Saímos do restaurante com a fome saciada mas ainda à caça de alguma balada. Demos uma volta pela pequena cidade e paramos em um bar bem grande e um pouco diferente. Algumas mesas pareciam de lanchonete, tipo Mc Donald’s, e a galera fumava muito lá dentro (já não estávamos acostumados a isso devido à Lei Antifumo que vigorava no Brasil). Depois de três Quilmes começamos a ficar corajosos, fizemos alguns contatos visuais e verbais, eu meio envergonhado com meu espanhol ainda fraquíssimo, o Marcel mais solto, falador (se bem que ali eles entendem o português tranquilamente). Descobrimos que haviam duas opções boas de balada: uma onde só dava brasileiros (o La Barranca) e outra (o Cuba Libre) que era frequentada mais pelas hermanas, com as quais estávamos loucos pra travar amizade colorida e sincera.
Optamos pela segunda, óbvio, e fomos. No começo, a balada nos pareceu bem pequena, um salãozinho minúsculo, mas depois descobrimos que tinha uma porta que dava pra um salão enorme, onde a coisa acontecia mesmo. Acabamos não fazendo amizade com nenhuma argentina, só com brasileiras. O Marcel inclusive inventou de levar uma embora (Posso contar essa brother??? Agora já foi Língua de fora). Ele estava tão louco que entrou na caçamba da caminhonete e deixou a garota ir comigo na frente. Demos sorte porque na fronteira o guarda só pediu o RG e, acho, marcou a placa do carro. Na ida, além de pedir o RG dos dois, o documento do veículo, a CNH do motorista e o Seguro Carta Verde, eles tinham feito uma revista geral no automóvel. Imaginem o medo que passei. Quando chegamos ao hostel, o Marcel não queria sair da caçamba, queria dormir ali mesmo. Eu sugeri pra garota: “deixa ele aí Legal, vamos nós dois pro quarto”. Mas ela não topou, foi fiel ao meu amigo de viagem e sendo assim, no dia seguinte de manhã eu abandonei o quarto logo cedo pra deixá-los à vontade. O que ocorreu nessa manhã entre eles, eu não sei. Se soubesse, não falaria Rindo a toa.


Fotos do Hostel Paudimar Campestre.

 
02/05/2010
Quase no meio do dia seguinte, depois do Marcel levar a guria embora e de terminarmos de curar a ressaca (mais ele do que eu), fomos conhecer as Cataratas do Iguaçu do lado brasileiro e demos uma andada pela loja de artesanato e pelo museu que tem ali. Experiência fantástica, indescritível, as fotos do lugar falam por si. Enquanto excursionávamos, vi um cara com a camisa dos Estudiantes e, depois de ensaiar um bocado, tomei coragem de abordá-lo pra falar de futebol. Declarei meu amor pelo Racing Club (La Academia), claro, e lembrei dos 7 X 0 que El Pincha (os Estudiantes) havia aplicado tempos atrás sobre seu rival de La Plata, meu querido Gimnasia y Esgrima (conhecido como El Lobo e El Tripero, clube irmão de La Academia). O hermanopincharrata ficou impressionado e contentíssimo. Deve ter pensado assim: até no Brasil essa goleada foi comentada. Mal sabia ele que provavelmente eu era o único brasileiro a saber daquilo, o único que acompanhava vorazmente o futebol argentino, mas não falei nada, para não estragar sua alegria.
De noite demos uma passada no Cassino de Puerto Iguazu. O Diegão, dono do hostel, bairrista como ninguém, falou que era o maior ou melhor da América do Sul, mas descobrimos que essa afirmação era pura fanfarronice.O Cassino era bem meia boca. Além disso, o Marcel descobriu também, com pesar, que a aposta recomendada por seu pai no jogo de roleta não dava certo de jeito nenhum. Pura roubada. Quais eram mesmo os números da aposta, Marcel? Quanto de dinheiro você perdeu naquele cassino? Acho que foram uns cinqüenta dólares. Eu não perdi nada, porque não joguei Muito feliz.

Fronteira: momento en que a pick up Corsa (BORN) adquire dupla nacionalidade!


Água que não acaba mais. Cataratas do Iguaçu.


03/05/2010




Na manhã seguinte, após conhecermos o Marco das Três Fronteiras e alguns outros pontos turísticos
das redondezas, fomos até Ciudad Del Este, no Paraguay, em busca de um notebook e de outras coisas que queríamos comprar.  Deixamos o carro num estacionamento perto da fronteira, aceitamos a ajuda do guia que trabalhava para o pessoal do estacionamento e atravessamos a Ponte da Amizade a pé. Aquele lugar é algo que pode ser chamado de caos: carros, carroças, cachorros, motos, pessoas a pé, todos dividindo o mesmo espaço, aparentemente, sem organização alguma.
O guia nos levou a uma loja chamada Casa China, mas lá não encontramos o que queríamos. Confesso que fiquei apaixonado por uma das atendentes dali Apaixonado. Elas usam umas saias curta e são bonitas que só vendo. No Shopping Monalisa então, me apaixonei por duas ou três, eu andava mesmo muito carente. Pensei até em torcer pro Paraguay na copa ou em me mudar pra lá, mas depois, com a cabeça mais fria, acabei desistindo dessa loucura.
Ainda sob efeito da paixão e crente de que não torceria mais pra Argentina e sim pro Paraguay, comprei uma camisa de la selección guaraní. Comprei também um GPS com o mapa da Argentina e do Uruguay, pra facilitar o resto da viagem. O Marcel estava mais empolgado, com mais dinheiro também (Servidor Público, INSS, coisa e tal...Riso), e comprou várias coisas: uma camisa da seleção paraguaya (ele também ficou balançado com beleza das vendedoras); uma jaqueta pra motoqueiro, perfumes importados, um tênis e, o principal, um notebook Sony Vaio, top de linha.
        Deu maior trabalho passar na aduana com essa tralha toda. Pagamos cinquenta reais mais a corrida para um taxista nos levar “em segurança” pro lado brasileiro. O cara, um bigodudo estranhíssimo cujo nome não faço questão de lembrar, colocou o notebook num esconderijo atrás do banco do motorista. Pra mim aquilo estava sendo a maior diversão. Já o Marcel estava “noiado”, como ele mesmo diz, nervosíssimo com aquela situação. Mas no final deu tudo certo e chegamos em segurança ao nosso hostel, a tempo de tomar algumas garrafas de Bavária pra aliviar a tensão antes do cair da noite.  Dormimos cedo, porque na manhã seguinte partiríamos para a próxima etapa da viagem: São Miguel D'oeste, Santa Catarina.

3 comentários:

  1. hahahahahah "com as quais estávamos loucos pra travar amizade colorida e sincera." - me arrancou uma risada.
    veridiana | veridianasferrari@gmail.com | 15/10/2010 07:07

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  2. hahahahaha, mto bem bem lembrado brother!!! Preciso passar o link do blog p/ o meu pai, ele vai dar mta risada!!! E Osvaldinho hein, perdi 100 merreis apostando nos nº 17 e 34 da roleta. E o pior é o q o Osvaldo justificou o meu fracasso dizendo que eu num ganhei pq não apostei o suficiente e joguei s/ confiança...rs
    Marcel | marcel_somenzari@hotmail.com | 16/10/2010 14:10

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  3. O loco brother, as compras efetuadas foram consequencia de muitos meses de economia...rs Nem me lembre da noia que passei na aduana...tensão total, mas o final foi feliz!!!
    Marcel | marcel_somenzari@hotmail.com | 02/11/2010 22:40

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